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Aves migratórias: elas sabem para onde estão voando!

06 Oct, 2022
Aves migratórias: elas sabem para onde estão voando!

O Dia Mundial das Aves Migratórias é comemorado duas vezes ao ano, nos meses de maio e outubro, sempre no segundo sábado do mês. Essas datas coincidem com o início do período de migrações das Aves, que no Brasil, voam em direção ao Norte no outono (maio), e em direção ao Sul na primavera (outubro).

E você, já ouviu falar sobre o movimento de migração das Aves?

Se sim, saiba que quanto mais se explora esse assunto, mais #CuriosiAves se descobre!

Se não, chegou a hora de se encantar por esse tema!

Há muitas hipóteses de como as Aves se orientam durante o voo e como elas sabem qual é o momento exato de iniciar a migração. Apesar de alguns pontos já terem sido esclarecidos, ainda existem muitas dúvidas!

Podemos dizer que a migração das Aves se trata de um deslocamento em massa dos indivíduos de diferentes espécies, sendo voluntário e intencional, e não dispersivo ou impulsivo, como ocorre durante o ato de fuga.

A migração é uma resposta à disponibilidade dos recursos, podendo ser pela busca por alimentos e/ou áreas para construção de ninhos. Ela também se relaciona à disponibilidade de água e alimentos no local e à diminuição de competição entre rivais.

Para isso, o relógio biológico das Aves detecta as mudanças nas estações, por conta das modificações na temperatura e umidade do ar, assim como a percepção da luminosidade e da duração do dia e da noite.

A queda das temperaturas e da luminosidade são estímulos ambientais que promovem alterações na hipófise das Aves, que emite sinais ao hipotálamo e mostram a aproximação do inverno, sendo essa a hora de migrar para locais mais quentes. De modo inverso, com dias mais longos e quentes, há um estímulo para que seus órgãos reprodutores se desenvolvam, liberando hormônios e indicando que elas devem voltar ao seu local de origem para se reproduzir.

Para realizar o movimento de migração, as Aves se orientam pelos astros (sol, lua e estrelas) e, assim como nós, quando já realizaram uma vez uma viagem, são capazes de associar pontos de referência, como paisagens, relevos e até mesmo estradas e construções, que mostram que elas estão indo no caminho certo!

As espécies de Aves que são migratórias repetem esse ciclo anualmente.

Existe também a teoria de que elas se alinham ao campo magnético, facilitando a percepção da longitude e consequentemente sua localização na Terra.

Outro fato peculiar é que as Aves não fazem seu voo em linha reta! As rotas traçadas são sinuosas e geralmente sobrevoam os continentes, o que facilita o voo em direções que seguem as correntes de ar. Isso possibilita às Aves de pequeno porte fazerem pequenas paradas para descansar e recompor as energias. Apesar do trajeto se tornar mais longo, o gasto energético ao voar a favor das correntes é bem menor, então é algo bastante vantajoso!

Muitas espécies migratórias costumam viajar durante a noite, quando as correntes de vento são mais amenas. Com isso, podem fazer paradas estratégicas e passar o período do dia se alimentando. Além disso, algumas espécies voam em altitudes mais elevadas durante o dia, em comparação com a noite.

A direção dessa migração costuma ser do Norte para o Sul, e vice-versa. Durante este processo, os animais mais debilitados acabam vindo à óbito, pois os predadores se aproveitam de sua exaustão durante esta jornada. Uma estratégia que reduz o risco de captura por predadores, é viajar em grandes grupos, reduzindo os riscos para cada indivíduo.

Ainda assim, os benefícios da migração ultrapassam o custo negativo dessa jornada.

No Brasil, estima-se que 10% das espécies de Aves realizam a migração dentro e fora do nosso país.

Já o Hemisfério Norte tem uma maior quantidade de espécies de Aves migratórias, devido às condições climáticas de frio mais extremo. Nos países tropicais, as Aves sentem uma menor “urgência” em migrar por conta do clima mais quente e úmido, porém, mesmo sendo algo menos intenso, também é um processo que ocorre. Já que, permanecer no mesmo local, pode gerar estresse térmico e consequentemente, um desgaste fisiológico.

Os limites geográficos e demarcações territoriais criadas pelos humanos não existem para as Aves. Por isso, utilizam diversas regiões de um país ou de países vizinhos para realizarem paradas para descanso ao longo da viagem, se reproduzirem ou descansarem da reprodução.

A Andorinha do Ártico (Sterna paradisaea) é o exemplo mais fantástico e fascinante de toda a natureza em termos de migração: ela faz uma viagem de ida e volta completa no planeta Terra!!! Migrando do Ártico em direção à Antártida e fazendo o caminho inverso também.

Para que o movimento seja possível, há um preparo no organismo da Ave, que estoca gordura no período que antecede a migração. No verão, as Aves têm mais tempo para forragear e buscar alimentos, devido à maior duração do dia e disponibilidade de recursos alimentares.

Outra curiosidade super interessante é sobre a coloração das penas. As espécies migratórias apresentam o tom das penas mais claro do que as não-migratórias. A plumagem mais clara apresenta menor risco de sobreaquecimento quando exposta ao sol, evitando o calor excessivo no organismo da Ave.

Por isso, as Aves com cores mais claras são encontradas onde as temperaturas são mais altas e há pouca sombra. Em contrapartida, as penas com cores mais escuras absorvem maior radiação solar. Essas Aves costumam viver em regiões mais úmidas, frias e fechadas, e por norma, são de tamanho menor.

E aí, você também ficou de “bico aberto” ao aprender tanto sobre esse tema?

Nós adoramos compartilhar com vocês.